Nova edição aponta aumento na importação de módulos fotovoltaicos na ordem de 71% e investimentos de R$ 64 bilhões
O ano de 2022 demonstrou forte consolidação da geração fotovoltaica no país. A Lei nº 14.300 trouxe uma aceleração do mercado, movimentado principalmente pelos investidores que desejavam ser abarcados pelo direito adquirido, com regras mais benéficas na compensação dos créditos de energia, além dos preços mais baixos dos sistemas fotovoltaicos.
A evolução desse mercado pode ser representada pela quantidade de módulos fotovoltaicos demandados. A nova versão do Estudo Estratégico de Geração Distribuída apontou que o volume importado para projetos de GD e Geração Centralizada ultrapassou 17 GW durante 2022. Esse valor foi 71% maior em relação a 2021. A importação mostra que os valores investidos em Geração Distribuída e em grandes usinas ultrapassaram as cifras de R$ 64 bilhões.
A queda média de 12% nos preços dos sistemas fotovoltaicos foi um dos fatores que também influenciou a busca por essa fonte. Sistemas residenciais e small commercial tiveram variação média de -13,6%, enquanto os sistemas de maior porte caíram em média 7,2%.
A diminuição dos custos dos módulos e o elevado nível de estoque de equipamentos no atacado foram fatores que contribuíram para a queda dos preços ao consumidor final. Ao se analisar o preço dos módulos fotovoltaicos, percebe-se uma redução de 20% entre os meses de janeiro de 2022 e 2023. Além da diminuição do preço free on board (FOB) do módulo, a desvalorização do dólar e do frete contribuíram para a queda dos custos.
A queda de preços, liderada pela redução de custos dos módulos, impulsionou o aumento do número de sistemas fotovoltaicos no Brasil. Em 2022, a quantidade de instalações cresceu 84,9% em relação a 2021, alcançando 1,6 milhão de instalações no país. Entre as unidades consumidoras recebedoras de crédito, 82% são da modalidade de geração junto à carga, enquanto 18% representam o autoconsumo remoto.
O avanço da geração junto à carga pode ser analisado principalmente pela importância da classe residencial. Essa classe de consumo representou 79% das instalações fotovoltaicas em 2022 e aumentou sua representatividade também na potência acumulada, passando de 43% em 2021 para 49% em 2022.
Ao se analisar o volume adicionado e acumulado conectado à rede, percebe-se que a potência adicionada em 2022 representa cerca de 43% do total de potência acumulada desde 2012 em GD no Brasil. Além disso, é possível notar a força da microgeração no país, tendo em vista que 90% do volume adicionado em 2022 foi por meio dela.
Toda essa evolução do mercado ocorreu mesmo com a diminuição da participação do financiamento de sistemas fotovoltaicos. Enquanto em 2021 o financiamento apoiou 57% das vendas efetuadas, em 2022 esse percentual caiu para 22%, refletindo a alta taxa de juros no país.
Além da diminuição do financiamento, o aumento da concorrência foi citado pelos integradores como outro ponto de dificuldade. O Estudo Estratégico de Geração Distribuída apontou uma média de 31.510 integradores ativos, acréscimo de aproximadamente 10,3 mil integradores nos últimos 12 meses.
Ademais, a publicação do Marco Legal da MMGD por meio da Lei nº 14.300, no início de 2022, delimitou regras de transição para aqueles que solicitassem orçamento de conexão após 7 de janeiro de 2023. Embora tais regras estabeleçam o pagamento gradual da TUSD Fio B e outros componentes a depender do porte e modalidade do empreendimento, o Estudo demonstrou uma alta atratividade aos consumidores finais, principalmente no caso de sistemas de geração local, com baixo impacto no retorno do investimento. Em média, sistemas residenciais apresentaram aumento no payback de 8 meses, enquanto sistemas comerciais foram afetados em apenas 2 meses a mais.
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A Greener agradece aos patrocinadores do Estudo