Conexão à rede, porém, continua sendo um importante gargalo ao setor.
O Brasil se encontra entre os 5 países em desenvolvimento mais atrativos para o investimento em renováveis, além de liderar as economias do G-20 no quesito. As conclusões vêm do relatório Climatescope 2023, elaborado pela BloombergNEF.
Em 2022, ano destacado pela maior evolução da geração solar fotovoltaica no país, o Brasil atraiu mais de US$25 bilhões em investimentos direcionados para energias renováveis, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
Um fator importante para tais marcos é um menor Custo Nivelado de Eletricidade (LCOE) comparado às outras tecnologias. Apesar do aumento nos preços das commodities, do frete e das taxas de juros mais altas a nível mundial entre 2021 e 2022, os combustíveis fósseis viram seus custos aumentarem ainda mais.
Com os preços do polissilício em queda, os módulos fotovoltaicos atingem os valores mais baixos da história. Segundo a Ernst & Young (EY), o LCOE médio ponderado global para energia solar é agora 29% menor do que a alternativa de combustível fóssil mais barata.
A importância da rede para a conexão de usinas fotovoltaicas
Além de projetos de pequena escala que lideram o avanço da Geração Distribuída (GD) solar fotovoltaica no Brasil, o Climatescope apontou o investimento em infraestrutura de rede como um elemento de destaque no país e que auxilia a evolução da matriz renovável.
Mas apesar de o setor elétrico contar com um robusto sistema de transporte de energia, investidores desse ramo devem estar atentos às dificuldades de conexão. Somada ao atual cenário das alegações de inversão de fluxo por parte das concessionárias de distribuição, a conexão é um dos principais desafios para as usinas de GD Remota.
Assim como aponta o gráfico acima, 67% dos proprietários de ativos de GD Remota apontam a conexão à rede como o principal desafio no desenvolvimento do projeto. Esse entrave foi também o maior no momento da estruturação do ativo para 38% dos investidores.
Os dados apresentados são extraídos do mais recente Estudo Estratégico de Geração Distribuída (GD) Remota da Greener. O Estudo contou com a participação de empresas proprietárias de ativos, responsáveis por viabilizar a construção e operação de usinas de GD remota, com capacidade igual ou superior a 500 kWp.
Somente na modalidade de GD Remota, a Greener estima que as novas implementações devem ultrapassar 3 GW em 2024 e parte de 2025, refletindo investimentos de pelo menos R$10 bilhões nos próximos dois anos.
Entretanto, a dificuldade de conexão e a demora na entrada em operação podem afetar a capacidade da usina fotovoltaica em gerar receitas no prazo previsto, impactando o payback e em alguns casos a viabilidade do projeto.
No intuito de mitigar riscos como esses, a Greener possui vasta experiência no diligenciamento de usinas e dedica-se às análises abrangentes dos empreendimentos, integrando considerações econômicas com sua sólida expertise de mercado.
Dessa forma, espera-se que, levando em consideração os riscos inerentes a cada projeto, o Brasil continue sendo um local próspero para investimentos em energia limpa nos próximos anos.