Usinas Híbridas: Desafios, Oportunidade e Cenários

 

A combinação de diferentes fontes, como solar, eólica, hidro, biomassa e baterias, podem trazer importantes ganhos aos empreendimentos de geração no Brasil.

 

A geração híbrida consiste em usinas com mais de uma fonte de energia ou de potência, como usinas de geração solar e eólica, solar e hidráulica, térmica e hidráulica, solar e armazenamento, dentre diversas possíveis combinações. Em resumo, a EPE trabalha com 4 arranjos diferentes de usinas, que guiam a formulação das políticas por parte da ANEEL: Usinas Adjacentes, Usinas Associadas, Usinas Híbridas e Portfólios Comerciais.

 

No Episódio 8º do GreenerTalks, Marcio Takata, Diretor da Greener, conversou com o Gustavo Ponte, representante da EPE, e  Francisco Habib, da Casa dos Ventos, sobre esses projetos, abordando os benefícios do desenvolvimento de usinas híbridas no Brasil, bem como os desafios e as oportunidades existentes para a criação de um ambiente regulatório sadio para todos no setor. Confira o podcast na íntegra ao final da página.

 

Segundo Gustavo, a EPE vem discutindo esse assunto desde 2016, em função de potenciais arranjos de geração eólica e fotovoltaica, onde o vento tem maior força no período noturno, oferecendo boa complementaridade com a geração solar. Para o convidado, o caminho a ser traçado deve eliminar barreiras e trazer mais benefícios e inovação ao setor. Devem se pensadas, também, as diferentes possibilidades de geração híbrida além de solar com eólica, como o uso de usinas solares flutuantes em reservatórios de usinas, dentre outras formas, mas ressalta que cada combinação traz desafios diferentes. Um desafio mais simples, que o entrevistado cita, seria o de permitir o compartilhamento do MUST entre empreendimentos. Porém, apesar de mais simples, ainda há riscos envolvendo a operação que devem ser devidamente regulamentados, como o fato de que, como o MUST é menor que a soma das capacidades das duas usinas, qual o procedimento deve ser adotado em caso  de necessidade de cortes? Outras questões importantes também a se discutir referem-se a alocação de riscos e como calcular a Garantia Física de alguns arranjos.

 

Para Francisco, a TUST é o principal custo operacional de UFVs (50%) e vai aumentar após fim de incentivos. Assim, o compartilhamento de MUST pode reduzir significativamente os custos de operação das usinas e assim trazer maior modicidade tarifária aos consumidores. Porém, o entrevistado afirma que o ganho depende do grau de correlação entre as usinas.  Em casos de correlação negativa, como os exemplos citado pelo Gustavo de ventos fortes durante a noite e forte insolação durante o dia, os ganhos são maximizados, otimizando o fator de capacidade e trazendo implicações futuras como postergação de investimentos na transmissão.

 

Os convidados também abordaram o tema de armazenamento de energia em baterias. Francisco afirma que somente as baterias vão trazer uma energia mais firme e com maior segurança energética. Com a constante redução dos preços das baterias, a tecnologia vai ficar cada vez mais presente em novos projetos de geração. Para esses e outros tópicos, acesse nosso material complementar clicando no botão abaixo:

 

Nota Técnica “Usinas Híbridas no Contexto do Planejamento Energético

EPE realiza o Workshop “Usinas Híbridas no SIN”

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