Mais de US$ 1,7 trilhão devem ser destinados a tecnologias limpas no mundo em 2023, com investimentos em solar superando os de petróleo
Diante da necessidade mundial de um desenvolvimento econômico cada vez menos baseado em combustíveis fósseis, a transição energética é chave para a promoção de um futuro mais sustentável. Dessa forma, o investimento em fontes renováveis vem direcionando e influenciando a economia de países ao redor do mundo.
Entre as renováveis, a fonte solar fotovoltaica se destaca e, a depender de certas condições, cria um ambiente atrativo para investimentos e ganha cada vez mais importância na matriz energética mundial.
Nesse contexto, o Brasil é destaque na geração de eletricidade por meio do sol, e, diante desse cenário, analisar o mercado fotovoltaico torna-se essencial para garantir sua evolução contínua.
Renováveis e fotovoltaica no mundo
Na tentativa de se adequar às metas de descarbonização, algumas nações seguem fazendo acordos que demonstram compromisso com os objetivos de controle climático. Recentemente, em conferência da Agência Internacional de Energia (IEA), quarenta e cinco países, dentre eles o Brasil, definiram a meta de dobrar a taxa de melhorias de eficiência energética até o fim da década.
Além de fortalecer a segurança energética desses países e diversificar suas respectivas matrizes ao diminuir a dependência de fósseis, esse movimento objetiva limitar o aquecimento global a 1,5°C. Ademais, essa meta pode movimentar a economia mundial e criar cerca de 12 milhões de empregos até 2030.
No mundo, a expectativa é de crescimento das renováveis de cerca de 33% até o final de 2023. A capacidade dessas fontes deverá aumentar 107 GW neste ano, atingindo os 440 GW, segundo os dados da Agência Internacional de Energia.
Na Europa, as preocupações sobre segurança energética devido à guerra entre Rússia e Ucrânia têm contribuído para esse crescimento. Além disso, preços voláteis de combustíveis fósseis e incentivos à economia de baixo carbono por parte do governo europeu também são fatores relevantes.
Analisando o gráfico a seguir, percebe-se que desde 2016 os investimentos em energia limpa no mundo superam os investimentos em combustíveis fósseis e a cada ano a diferença aumenta.
Dessa forma, em 2023, de acordo com relatório da IEA, dos US$ 2,8 trilhões investidos globalmente em energia, mais de US$ 1,7 trilhão devem ser destinados a tecnologias limpas. No âmbito da geração solar fotovoltaica, o investimento global na fonte superará o de petróleo pela primeira vez na história.
O cenário brasileiro
No caso do Brasil, o governo federal, por meio do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e Ministério de Minas e Energia (MME), pretende lançar uma política para transição energética. A política deve unificar ações planejadas pelo governo e relacionadas a esse tema em diversos setores.
Além disso, a matriz elétrica predominantemente renovável do país se destaca devido, entre outros fatores, à participação da fonte solar fotovoltaica. Em 2022, o Brasil foi o quarto maior mercado solar do mundo, sendo o ano de melhor resultado de toda a série histórica do país.
Com uma grande influência de projetos iniciados ainda em 2022, que objetivavam regras mais benéficas na compensação de créditos no caso da Geração Distribuída, ou o desconto na Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) e Distribuição (TUSD) no caso da Geração Centralizada, a potência instalada advinda da geração fotovoltaica segue evoluindo no país no ano de 2023, acumulando 31,68 GW.
Assim como apontam os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), no âmbito da Geração Distribuída, o número de sistemas instalados já ultrapassa os 2 milhões.
A modalidade de GD tem grande força com instalações nos telhados, tendo em vista o destaque da classe residencial. No mundo, 49,5% das instalações fotovoltaicas durante 2022 foram em telhados. O Brasil teve grande participação nessa porcentagem, já que o crescimento de instalações no topo das residências foi de 193% quando comparado ao ano anterior, de acordo com a SolarPower Europe.
Por outro lado, os primeiros meses do ano de 2023 foram de desafios para o mercado. Além de alterações regulatórias que modificaram a forma de compensação dos créditos, altas taxas de juros e restrições ao crédito impactaram novos negócios. Com a queda do preço do principal insumo utilizado na fabricação de módulos, o mercado espera uma recuperação futura.
Expectativa de recuperação do mercado no Brasil? Fique atento ao lançamento da Pesquisa GD
Dessa forma, é possível perceber a importância da geração solar fotovoltaica como um pilar que auxiliará o processo de transição energética no âmbito internacional e no Brasil, sendo também um importante vetor de investimentos.
No Brasil, diante de um mercado que passa por um período de mudanças, entender qual o comportamento observado no primeiro semestre de 2023 por parte de quem atua diretamente nele é fundamental.
Dessa forma, a Greener convida os integradores fotovoltaicos a participarem da Pesquisa GD, que será lançada na primeira semana de julho. A recuperação do mercado passa pela necessidade de obtermos dados atualizados e realistas que direcionarão tomadas de decisões cada vez mais assertivas.
Como se comportaram as vendas no primeiro semestre? E qual a expectativa para o segundo? Fique atento ao lançamento da Pesquisa e participe!